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PEDRAS NA VESÍCULA - E AGORA?!

Colelitíase é o nome das famosas "pedras na vesícula". É uma patologia muito frequente, acometendo entre 20 e 30% da população geral. No entanto, a maioria das pessoas é assintomática.

Os fatores de risco para o desenvolvimento de colelítiase incluem:

  • Sobrepeso / obesidade

  • Sexo feminino

  • Sedentarismo

  • Alimentação com excesso de gordura

  • Fatores genéticos

  • Ganho ou perda de muito peso em um intervalo curto de tempo

Nos pacientes assintomáticos, a colelitíase pode ser acompanhada e observada. No entanto, sabe-se que pacientes assintomáticos desenvolvem sintomas a uma taxa de 2% ao ano.

Já nos pacientes sintomáticos, ou seja, aqueles que apresentam crises de dor abdominal decorrentes da vesícula (cólica biliar), o tratamento é cirúrgico. A colelitíase normalmente se manifesta com dores no hipocôndrio direito (quadrante direito do abdome, logo abaixo das costelas); é desencadeada pela ingesta de alimentos gordurosos; e normalmente cessa após poucas horas. Quadros de dor mais persistente podem representar complicações e devem ser avaliados no pronto socorro.

Separei algumas das perguntas mais frequentes que recebo no consultório relacionadas à cirurgia de vesícula:


  1. É retirada somente a pedra ou toda a vesícula?

A cirurgia envolve a retirada de toda a vesícula. Diferente do tratamento de pedras nos rins, não temos indicação de retirar apenas o cálculo - a vesícula produtora de cálculos é um órgão "doente" e apenas a cirurgia para a sua retirada é capaz de resolver o problema.

Ah! Lembrando que na cirurgia, encaminhamos a vesícula para análise do patologista (como protocolo em toda cirurgia) e entregamos as pedras para o paciente. A análise da vesícula (anatomo-patológico) é conferida na consulta de retorno.


2. A vesícula não faz falta para o corpo?


Em geral, não. A função da vesícula é armazenar a bile produzida pelo fígado e aumentar a sua disponibilidade durante a ingestão de alimentos gordurosos, auxiliando na sua digestão. Quando a vesícula é retirada, a bile continua sendo produzida pelo fígado e é disponibilizada diretamente no intestino, sem prejuízos para a sua função. Após a cirurgia, orientamos manter uma dieta pobre em gorduras para fins de ajustes do organismo; após poucas semanas, a grande maioria dos pacientes consegue se alimentar normalmente, sem sentir falta da vesícula. Uma pequena porcentagem de pacientes operados pode apresentar dificuldade de digestão de alimentos gordurosos a longo prazo, com sensação de peso no estômago ou episódios de diarréia.


3. Posso tomar remédios para dissolver as pedras ao invés de fazer a cirurgia?


Até o momento não há medicamentos que sejam comprovadamente eficazes em desfazer os cálculos da vesícula - o mesmo vale para "dietas detox"!! O único tratamento eficaz é a cirurgia para retirada da vesícula (colecistectomia).


4. Fui diagnosticada com pedras na vesícula. Preciso operar com urgência?


Não. A colecistectomia de urgência está indicada apenas nos casos de complicação, como inflamação (colecistite), pancreatite ou migração de cálculos (coledocolitíase). Falaremos mais sobre essas complicações em outro post ok?

5. É uma cirurgia simples?


A cirurgia é feita por videolaparoscopia, o que permite uma rápida recuperação - no Grupo Surgical, preconizamos alta hospitalar no mesmo dia do procedimento. A colecistectomia é um dos procedimentos mais realizados dentro da nossa equipe (média de 400 colecistectomias/ano). Considerando esses fatores, podemos dizer que é uma cirurgia rotineira; porém nenhum procedimento cirúrgico é isento de risco! A colecistectomia videolaparoscópica envolve anestesia geral e exige um preparo adequado do paciente para minimizar os riscos. Além disso, as complicações cirúrgicas podem ser graves. Por isso, procure um cirurgião capacitado e experiente! E não se esqueça de tirar todas as dúvidas antes da cirurgia.



DRA JULIANA MATSUGUMA

CRM 162.513

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